Iluminação, escolha de materiais e disposição dos móveis podem ajudar a minimizar o desconforto do calor excessivo no verão de 2024, principalmente para bebês
O verão, estação já conhecida pelas altas temperaturas, deve surpreender os brasileiros e marcar números ainda mais altos nos termômetros do país em 2024. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), este pode ser o “verão mais quente da história”, com a altas temperaturas em todas as regiões do Brasil.
Para suportar o calor, é fundamental buscar por medidas que proporcionem mais conforto térmico para a família, principalmente para os bebês que ainda não sabem se comunicar e expressar o desconforto com as altas temperaturas. Banhos refrescantes, ventilador e ar-condicionado são algumas das práticas utilizadas pelos brasileiros, mas será que elas são saudáveis também para os pequenos?
Órgãos ligados à saúde dão dicas que podem ajudar a tornar a casa mais confortável em períodos de calor extremo, sem trazer prejuízos aos bebês. Nesse momento, os pais precisam estar atentos a todos os detalhes, da escolha do berço para bebê até o uso de objetos como tapetes na casa.
Importância do conforto térmico para o bebê
Se para os adultos o calor excessivo já é desconfortável, para as crianças, a sensação pode ser ainda pior. Sem a atenção devida, os pequenos podem ter dificuldades para dormir, problemas de pele e irritabilidade.
O ambiente da criança, conforme informa o Ministério da Saúde, deve ter a temperatura entre 18ºC e 20ºC, sendo 19ºC a ideal. Se o local estiver muito quente ou muito frio, o bebê pode ter problemas para adormecer, resultando em inquietação e choros noturnos.
Nos primeiros meses de vida, muito se fala sobre a importância do sono na vida de um bebê. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), esse momento desempenha um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento saudável da criança. Por esse motivo, as famílias precisam criar ambientes confortáveis para que o período de descanso seja o mais adequado possível, principalmente no verão.
Com as altas temperaturas, os pais também precisam se atentar a questões relacionadas a saúde da criança. Conforme explica a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a dermatite inflamatória é caracterizada pela dificuldade da saída de suor do corpo, o que pode acontecer com uso de roupas de tecidos sintéticos e permanência de fraldas úmidas por longos períodos. O resultado desses episódios é o surgimento de erupções, bolhas e vermelhidão na pele da criança.
Driblando o calor dos bebês: saiba como arejar a casa
Para aliviar o calor das crianças, os pais podem adotar diferentes medidas. Os banhos, por exemplo, podem ser grandes aliados nesse momento. Em entrevista para a imprensa, a pediatra do SOS Mamãe e Companhia, Ana Heloisa Gama, aponta que não há restrições nos dias de altas temperaturas.
A profissional explica que os banhos desempenham função que vai além da limpeza, servindo de método para refrescar e relaxar a criança nos períodos mais quentes. No entanto, apenas em um deles deve-se usar shampoos, condicionadores e sabonetes, para evitar o ressecamento da pele.
Além disso, a hidratação também é fundamental, sendo feita por aleitamento materno ou fórmula dos 0 aos 6 meses.
Para garantir mais conforto ao dia a dia dos pequenos, é imprescindível manter o ambiente mais arejado. A escolha de itens do cômodo, aproveitamento das janelas, disposição dos móveis e cuidados no uso do ventilador e ar-condicionado são algumas práticas que podem ajudar a enfrentar o calor de 2024.
Tenha atenção com a iluminação
A iluminação é um detalhe importante quando o assunto é o calor. Segundo o trabalho de conclusão de curso da estudante de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Integradas de Aracruz (Faacz), Ester Bissoli, apesar de parecerem inofensivas, algumas lâmpadas podem transferir calor e aumentar a sensação térmica durante o verão.
Por esse motivo, os pais precisam se atentar a esse ponto no momento da escolha e da instalação das luzes no quarto do bebê. De modo geral, recomenda-se o uso das lâmpadas de LED que, além de serem mais econômicas, não transferem calor para o ambiente.
Há ainda a solução de optar por luzes indiretas com abajures e lustres em locais estratégicos do cômodo. Esse detalhe ajuda também a criar um espaço mais aconchegante para o bebê.
Aproveite a circulação do ar
A circulação de ar também é importante para driblar o calor no cômodo infantil. Os pais podem deixar as janelas e portas abertas para o vento circular pelo ambiente, tornando-o mais refrescante nos dias quentes.
No entanto, para evitar correntes de ar perigosas à saúde da criança, pode ser interessante adotar essa medida nos momentos em que o pequeno não estiver no quarto. Dessa forma, quando ele for colocado no berço, o espaço estará menos abafado, proporcionando conforto térmico.
Vale ressaltar que é sempre importante estar atento aos insetos. Dessa forma, a recomendação é instalar telas mosqueteiras nas janelas para o vento circular, sem facilitar a entrada de pequenos animais no ambiente.
Escolha dos tecidos e materiais do ambiente
Nos ambientes infantis, é preciso ter equilíbrio entre o conforto térmico, beleza e aconchego. A escolha do melhor papel de parede, por exemplo, pode deixar o espaço mais confortável e bonito, sem influenciar na temperatura.
Ao procurar por berços, cama infantil simples, roupas de cama e outros itens, muitos pais costumam optar por peças que tenham o aspecto mais aconchegante, sem se atentar ao calor que podem proporcionar nos dias mais quentes.
Tapetes, cobertores, mantas, cortinas, pelúcias e alguns itens de decoração podem reter o calor e ajudar a tornar o cômodo menos confortável para as crianças no verão. Em entrevista para a mídia, a arquiteta Isabella Nalon indica usar, nessa época do ano, tecidos leves e composições mistas para os tapetes e cortinas. Além disso, ela orienta evitar veludo e camurça, pois podem aumentar a sensação térmica.
Caso haja dúvidas em relação à escolha dos materiais, os pais podem buscar informações com decoradores do ambiente ou com os próprios fabricantes.
Atenção ao ar-condicionado e ventilador
No calor, o ar-condicionado e o ventilador acabam virando os melhores amigos dos brasileiros. No entanto, o uso desses aparelhos, quando da forma incorreta, pode provocar prejuízos a saúde da criança.
A pneumologista da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), Beatriz Barbisan, explica que o principal problema do uso do ar-condicionado no verão é o ressecamento do ar, que piora a situação de crianças alérgicas, com rinite ou asma. A recomendação da profissional é adotar o uso de umidificadores, bacia d’água ou toalha molhada no ambiente para melhorar a qualidade do ar.
Já em relação ao ventilador, a questão principal é ao ambiente onde ele está e o acúmulo de sujeira do aparelho. Por ajudar com a circulação de ar, quando ligados em locais com mofo e poeira, podem aumentar a quantidade de fungos e bactérias inaladas.
A dica para evitar problemas com o ventilador é mantê-lo limpo e adotar medidas de higienização em todo o quarto do bebê. Outro ponto importante para conter prejuízos com o aparelho e o ar-condicionado é a disposição no ambiente.
A profissional recomenda não deixá-los direcionados para o bebê e sim para cima na posição contrária ao berço da criança. A orientação também vale em relação às janelas.