Ter atenção ao fator humano, focar na experiência do cliente, saber o que é social selling e investir em tecnologia são algumas práticas que as marcas devem adotar para ganharem mais espaço neste ano. Para trilhar um percurso de sucesso em 2024, vale apostar em algumas dicas e orientações.
Pesquisas e especialistas apontam que desenvolver estratégias pautadas em recursos tecnológicos e que considerem aspectos sociais e ambientais, além de considerar a gestão de reputação digital, são fatores essenciais para a obtenção de resultados. Em consonância com esse avanço digital cada vez mais acelerado, os consumidores consideram importante que as marcas sejam omnichannel, por integrando múltiplos canais de venda.
A “Pesquisa Omnicanalidade no Brasil: dados e insights sobre a percepção e os anseios do consumidor brasileiro em um cenário omnichannel”, da Opinion Box em parceria com a Bornlogic, revelou que 3 em cada 4 indivíduos percebem essa característica como importante para as compras. O levantamento entrevistou mais de 2 mil pessoas em abril de 2023 de todas as regiões do país que compraram on-line no último ano.
Embora o termo omnicanal em si ainda não seja tão familiar para os brasileiros, o estudo mostrou que a maioria já fez compras nesse modelo. Além disso, a pesquisa indicou que 77% dos consumidores já compraram em canais diferentes da mesma empresa e 76% afirmaram que fizeram aquisições on-line com retirada do produto na loja.
Há espaços novos a serem explorados
Uma pesquisa feita pela Toluna em parceria com a Local.e mostrou que os consumidores estão abertos a conhecer novas marcas, dado importância para as companhias que desejam conquistar novos espaços. Dos participantes, 84% afirmaram gostar de experimentar itens que não conhecem. Deles, 52% disseram ter comprado algum produto novo nos últimos três meses.
O estudo também mostrou que os entrevistados, 75%, estão abertos a adquirir itens de uma marca ou empresa local. As informações evidenciam, assim, que os brasileiros estão propensos a consumir produtos também de pequenos e médios negócios.
Apesar da vontade de experimentar itens novos, 57% das pessoas declaram ter visto poucas novidades nas lojas e canais de compras. Outros 26% afirmaram que viram, sim, produtos novos à disposição. O estudo ouviu mil consumidores que compraram online entre os dias 5 e 12 de julho de 2023.
O cenário como um todo, portanto, é propício para que as marcas desbravem novos patamares e alcancem novos clientes, desde que apostem nas estratégias certas para o seu tipo de negócio. Seguir algumas dicas pode ajudar nesse processo.
1. Tenha atenção ao fator humano
Conforme apontado pelo portal especializado Neomind, o fator humano aliado à inovação e aos recursos tecnológicos, é a principal tendência para 2024. A ideia é enfrentar o desafio de conectar as pessoas e a tecnologia para criar valor e produtividade.
Nesse sentido, a personalização é apontada como estratégia importante de negócio. Quanto mais personalizado um produto ou serviço for, maiores as chances de sucesso, independentemente de qual seja o público-alvo.
A diversidade e a inclusão no mercado de trabalho também ganham destaque, uma vez que tendem a ser o foco dos negócios para os próximos anos. Entre os benefícios estão o enriquecimento cultural da empresa e a ampliação do entendimentos em relação aos clientes.
2. Foque na experiência do cliente
Em entrevista à imprensa, o COO do Opinion Box, Felipe Schepers, reforçou que a prosperidade dos negócios modernos está diretamente ligada às experiências de compra positivas. Isso porque, clientes que vivem experiências agradáveis e memoráveis com as marcas, voltam a comprar com elas e, ainda, indicam a empresa para outros indivíduos. Essa dinâmica, atrai possibilidades de lucro e crescimento.
A pesquisa com a Bornlogic mostrou que 59% dos participantes consideram importante o atendimento personalizado no sentido de poder aprimorar a experiência de compras. Outros 45% disseram já ter utilizado serviços a partir de sugestões de produtos baseados no histórico de compras.
O estudo indica, contudo, que ainda existem desafios que precisam ser superados para uma jornada contínua, mesmo com a marca estando presente em diversos canais. Isso porque, 50% dos brasileiros percebem que estão sendo tratados de forma diferente de um canal para o outro. Encontraram variação de preços nos canais online e físicos 82%, o que pode passar uma imagem de falta de integração.
Vale lembrar ainda que compreender o processo de gestão de marca pessoal é importante nesse contexto para que a marca esteja inserida em temas que conheça e fale com propriedade sobre eles, gerando autoridade e fortalecendo vínculo com a clientela.
3. Esteja a par das tendências tecnológicas
De acordo com previsões do Gartner, espera-se um aumento de 8% nos investimentos mundiais em tecnologia em 2024. Por isso, compreender em quais recursos investir é fundamental para manter o negócio saudável, ainda que diante de um mercado concorrido e, muitas vezes, incerto.
Nesse sentido, estudos do Gartner incluem Inteligência Artificial generativa (GenAI) e democratizada, que conta com aplicações para que as organizações conectem seus profissionais ao conhecimento, democratizando informações e a compreensão em diversos níveis empresariais.
A estimativa é de que mais de 80% das companhias implementem em seus ambientes de produção ferramentas habilitadas com GenAI.
Adaptar-se às aplicações inteligentes também é uma forma de ganhar espaço. Elas permitem a automação a partir de softwares com tecnologia avançada. A ideia é utilizar recursos como IA, análise de dados, processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina para oferecer funcionalidades personalizadas e adaptadas ao usuário.
Combinar a tecnologia e o cotidiano dos profissionais é outra maneira de aumentar a colaboração interna, a produtividade e a eficiência. Essa prática é chamada de força de trabalho conectada aumentada e consiste em integrar recursos para aprimorar capacidades e habilidades e promover treinamento imersivo, mesmo que remotamente.
As estimativas do Gartner é de que 25% dos gestores da área de tecnologia usem esse tipo de recurso para ter rapidez de aprendizado até 2027.
4. Aposte em social selling
O termo significa venda social e trata-se do processo de criar relacionamentos e vendas a partir das redes sociais. Assim, as marcas podem usar plataformas como Instagram, Facebook, Twitter, TikTok e LinkedIn com esse objetivo.
A base para esse tipo de estratégia é a construção de uma presença online envolvente e autêntica. Por isso, quando aderem ao social selling, as organizações promovem seus serviços ou produtos e, ao mesmo tempo, cultivam uma comunidade conectada.
Para que essa dinâmica funcione, é preciso oferecer conteúdo relevante, participar de conversas significativas e responder às interações dos usuários de maneira ágil. Assim, o processo de vendas passa por uma abordagem mais humanizada, tendo a confiança e o relacionamento como prioridades, o que pode impactar de forma positiva a fidelização de clientes e o crescimento sustentável do negócio.
5. Invista em brand power
Uma marca reconhecida é considerada a chave para o sucesso, conforme portais especializados. Nesse contexto, entra o brand power, ou seja, o poder da marca e sua influência no mercado escolhido.
Essa estratégia envolve elaborações sobre como a companhia pode oferecer um serviço ou produto que valha a pena para o consumidor, além de ter o poder para fazer esse produto valer mais em relação aos concorrentes. Assim, o branding e o poder da marca devem suscitar no cliente o desejo de escolher uma marca específica e de adquirir um produto.
Apresentar de maneira clara o propósito e os valores da empresa e apostar em um storytelling certeiro podem ser caminhos frutíferos, inspirando a lealdade do cliente e fortalecendo a conexão emocional que vai além da transação comercial. Esse comprometimento é considerado a base para a construção de uma marca duradoura, que resiste às mudanças do mercado e cativa os consumidores ao longo do tempo.
6. Alinhe-se a práticas de sustentabilidade
Adotar práticas sustentáveis, que levem em conta questões ambientais e de bem-estar social, também deve trazer vantagens competitivas para as marcas, além de novas oportunidades, conforme apontamento do Neomind. Alguns exemplos são as operações “mais verdes”, ou seja, com fornecedores responsáveis e produtos que se adequem a padrões ecológicos, por exemplo.
Especialmente com as discussões aquecidas pelas redes sociais, as marcas devem ser mais transparentes quanto às suas ações e posicionamento ético e demonstrar impacto social positivo.
Economia circular, medidas que diminuam as emissões de carbono e energias renováveis são questões que também devem estar em evidência, já que melhoram o posicionamento da marca e reduzem custos.