Há quase quatro anos, a pandemia da Covid-19 mudaria para sempre muitos aspectos no mundo, mas sobretudo na medicina. Uma dessas revoluções foi a consolidação da telemedicina. A prática que adotada em caráter emergencial durante a crise sanitária, muito em função da necessidade do isolamento social para conter o vírus, veio para ficar.
Em dezembro de 2022, foi sancionada a lei regulamentando a prática no Brasil. O texto define que “telessaúde é a modalidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio da utilização das tecnologias da informação e da comunicação, que envolve, entre outros, a transmissão segura de dados e informações de saúde, por meio de textos, de sons, de imagens ou outras formas adequadas.”
Segundo pesquisas, a prática encontrou ampla aceitação entre profissionais da saúde e pacientes. Um levantamento feito em 2022 mostrou que, antes mesmo de ser regulamentado, o atendimento médico a distância já vinha sendo praticado por metade dos médicos.
O estudo “Percepção dos médicos sobre o atual momento da pandemia de Covid-19 – segmento Telemedicina”, realizado pela Associação Paulista de Medicina (APM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), aponta que a receptividade por parte dos pacientes é alta. Segundo relatos dos profissionais da saúde, 64,3% das pessoas atendidas remotamente não somente aceitam a telemedicina, como gostam de serem atendidos nessa modalidade.
O levantamento ouviu 3.517 profissionais de medicina de todo o Brasil.
Como a telemedicina pode ser usada?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) também estabeleceu uma norma para regulamentar a prática e definiu que ela pode ser exercida em sete modalidades. A primeira é a teleconsulta, uma consulta médica não presencial, feita por meio de tecnologias digitais, de informação e de comunicação (TDIC), quando médico e paciente estão localizados em diferentes localidades.
A segunda é a teleinterconsulta, quando médicos trocam informações e opiniões para discutir diagnósticos e tratamentos (clínico ou cirúrgico). Esse intercâmbio é mediado por TDICs e a modalidade pode incluir a presença do paciente ou não.
Outra modalidade é o telediagnóstico, definido pela normal como “o ato médico à distância, geográfica e/ou temporal, com a transmissão de gráficos, imagens e dados para emissão de laudo ou parecer por médico com registro de qualificação de especialista (RQE) na área relacionada ao procedimento, em atenção à solicitação do médico assistente”.
Já a telecirurgia ocorre quando o procedimento cirúrgico é feito à distância, por meio de equipamento robótico e mediado por tecnologias interativas.
A norma prevê ainda o telemonitoramento ou televigilância, feito à distância e sob supervisão por médico. É realizado com uso de imagens, sinais e dados transmitidos de equipamentos implantados em pacientes que estão internados em hospital ou em domicílio. A prática é utilizada em idosos e no translado de pacientes.
Também regulamentada, a teletriagem é a avaliação dos sintomas do paciente, à distância, feita por um médico, para definir e direcioná-lo ao tipo adequado de assistência (ambulatorial, hospitalar etc.) ou a um especialista.
Por fim, a teleconsultoria seria a reunião entre profissionais da saúde, gestores e outros para prestação de esclarecimentos administrativos e ações pontuais de saúde.
Vantagens da telemedicina para quem tem plano de saúde
A telemedicina oferece benefícios para aqueles que têm plano de saúde (seja o plano individual, o plano de saúde para sua empresa, o plano de saúde pelo CNPJ etc.).
A modalidade contribui na conveniência, acessibilidade e eficiência no recebimento de cuidados médicos.
Entre as vantagens que podem ser listadas, destaca-se o acesso rápido a consultas, permitindo que os beneficiários agendem e tenham consultas médicas de forma rápida, eliminando a necessidade de deslocamento até uma clínica ou consultório. Outro benefício é a facilidade para quem mora longe dos centros e capitais, pois os beneficiários podem realizar consultas médicas a partir de qualquer local com acesso à internet.
Outros benefícios são a continuidade do cuidado, já que a telemedicina facilita o acompanhamento de condições crônicas e tratamentos, e a redução de custos com deslocamentos, estacionamento, tempo perdido no trabalho e até em um plano mais barato.
O acesso a especialistas é apontado como mais uma vantagem da telemedicina, que proporciona acesso abrangente, ao ampliar as possibilidades de consultas a profissionais fora de sua região geográfica. Da mesma forma, o atendimento preventivo é facilitado, pois os beneficiários podem realizar consultas do tipo, discutir questões de saúde, receber orientações sobre estilo de vida e obter prescrições quando necessário, sem sair de casa.
Para casos não urgentes, a telemedicina é considerada prática, já que acompanhamento de resultados de exames ou discussão de sintomas leves podem ser feitos online. A redução do tempo de espera para consultas também é notável.
Por último, uma das vantagens é a segurança contra doenças contagiosas. Em situações de emergência sanitária, pandemia ou surtos, a telemedicina oferece uma alternativa para a continuidade do cuidado, minimizando o risco de exposição.
É importante notar que os benefícios específicos da telemedicina podem variar de acordo com o plano de saúde e suas políticas específicas em relação a essa modalidade de atendimento.
Recomenda-se verificar as diretrizes no momento da cotação para plano de saúde e entrar em contato com a operadora para obter informações detalhadas sobre os serviços de telemedicina oferecidos.
Hoje, muitos planos de saúde por CNPJ oferecem atendimento por telemedicina, o que ajuda a poupar o tempo dos colaboradores no trabalho, pode diminuir as faltas e aumentar a qualidade de vida. Em vez de tirar parte do dia para ir a uma consulta presencial ou a um pronto-socorro, o colaborador pode resolver sua queixa de saúde (dependendo da complexidade dela) em pouco tempo pelo celular.
Quais os benefícios para as operadoras de plano de saúde?
Para os médicos e prestadores de serviço em geral, há uma série de outros benefícios, como flexibilidade, aumento da produtividade e melhoria na qualidade de vida.
Muitas operadoras de planos de saúde também reconhecem a importância da telemedicina e a incluem como parte integral de seus serviços, oferecendo aos segurados a opção de consultas virtuais.
Para tanto, elas têm investido em tecnologia para facilitar a integração, estabelecendo parcerias com plataformas especializadas.
Além de proporcionar benefícios aos usuários, a telemedicina também permite aos planos de saúde reduzir custos operacionais, uma economia que pode ser refletida em mensalidades mais acessíveis para os segurados.